terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Gênios por Natureza


Assisti uma entrevista do genial guitarrista Eric Clapton na qual ele conta que, enquanto dirigia na região de Detroit, ouviu no rádio, pela primeira vez, um guitarrista que tocava de forma assombrosa: Stevie Ray Vaughn, o maior guitarrista do blues rock que já ouvi. E Eric diz:
“Quando toco, vou pensando na sequência de acordes. Penso para concluir que daqui tenho que ir para ali, o que leva uma fração de segundo. Stevie Ray Vaughn não pensa! Ele muda de um acorde para o outro como se a guitarra fosse uma extensão de seu corpo, sem pensar no que vem em seguida. É algo natural, instintivo!”
Eric Clapton estudou para se tornar um gênio. Steve também estudou, mas nasceu com “algo mais” que habilidade, o que fez dele um gênio capaz de assombrar outro gênio!
Admiro os gênios, mas sei que a genialidade cobra um alto preço. Ela consome uma energia brutal, que faz com que a pessoa se torne um anormal em certos traços da personalidade. Um não toma banho. Outro tem manias com cores. Outro bate na mulher. Muitos cometem suicidio. Outros mergulham em vícios. Genialidade é desequilíbrio...
O gênio é um anormal, alguém que está fora da média e que não responde aos mesmos estímulos dos normais (ou medíocres). O mais importante é refletir sobre suas forças e habilidades para definir onde é que você deve investir. Em muitos pontos você ficará apenas bom, o que já é uma conquista, mas em outros poderá chegar até as raias da genialidade.
Simone de Beauvoir resumiu a questão: “Não nascemos gênios, nos tornamos gênios”.
Pois é. Mas dá tanto trabalho e incomodação, que a maioria prefere ficar na média. 

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