quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

A bela arte de errar


“O único homem que nunca comete erros é aquele que nunca faz coisa alguma. Não tenha medo de errar, pois você aprenderá a não cometer duas vezes o mesmo erro.” (Roosevelt)
Acontece a todos nós, professores e alunos. Chefes e secretárias. Pais e filhos. Os diligentes e os preguiçosos. Nem mesmo os presidentes estão imunes.
O quê? Errar? Sim, fazer coisas erradas, geralmente com a melhor das intenções. E isso acontece com notável regularidade.
Sejamos objetivos: o sucesso é superestimado. E todos nós o desejamos a despeito da prova diária de que o pendor real do homem reside em direção bem oposta. Realmente, somos profissionais da incompetência. 
O que me leva a uma pergunta fundamental que tem estado ardendo dentro em mim por meses: Por que nos surpreendemos quando vemos a incompetência em outros e nos devastamos quando ela ocorre em nós mesmos? Mostre-me quem inventou o perfeccionismo e garanto que ele é um roedor de unhas com um rosto cheio de tiques... cuja esposa tem horror quando o vê entrar em casa. Além do mais, ele perde o direito de ser respeitado porque é culpado de não admitir que errou.
Pode acontecer com você. Pare e pense nos meios como certas pessoas conseguem evitar de confessar suas falhas. Os médicos podem sepultar seus erros. Os erros dos advogados calam-se na prisão – literalmente. Os erros dos dentistas são extraídos.
Os carpinteiros transformam os seus em serragem. Gosto do que li numa revista recentemente: “Caso você encontre quaisquer erros nesta revista, por favor, lembre-se que eles foram colocados ali de propósito. Tentamos oferecer algo para todos. Algumas pessoas estão sempre procurando erros e não desejamos desapontá-las!”
Recentemente, quando comentava com um amigo da intenção de escrever algo sobre ERRAR, ele me passou um surpreendente livro intitulado O Incompleto Livro de Fracassos, de autoria de Stephen Pile. Apropriadamente, o livro tinha duas páginas faltando quando foi impresso, de modo que a primeira coisa que se lia era um pedido de desculpas pela omissão – e uma papelada com errata que proporcionava as duas páginas.
Também alguns conhecidos fracassos que muitas pessoas realizadoras amargaram antes de alcançar o sucesso. Eis alguns exemplos que servem para nos lembrar que somos seres falíveis e ainda imperfeitos, graças a Deus!
Thomas Alva Edison deteve um recorde de quase dez mil fracassos” antes de chegar à lâmpada elétrica; Albert Einsten era um estudante medíocre antes de sua “Teoria da Relatividade”; Clarence Darrow tornou-se uma lenda nos tribunais americanos, perdendo uma causa após outra, mas forçou com isso uma reavaliação das concepções jurídicas sobre religião, relações trabalhistas e conflitos raciais; Leonardo da Vinci, o maior inventor de todos os tempos, teve projetos que nunca foram realizados e nem mesmo funcionariam, mas apontaram soluções e possibilidades em campos nos quais nenhum homem sequer sabia que havia problemas.
Todos nós já tivemos oportunidades de presenciar fracassos que resultaram em grandes sucessos. O fato é que as pessoas neles envolvidos compreenderam, toleraram e até mesmo cultivaram o insucesso. Conforme o momento, sentiam-se satisfeitas, confiantes e apavoradas, mas não se permitiram assimilar o fracasso como um estigma. Aliás, a maioria delas nem tinha a palavra FRACASSO em seu vocabulário. Usava sinônimos atenuantes ou ressignificações inteligentes para essas situações; por exemplo, Thomas Edison sempre respondia aos seus críticos, “não foi mais um fracasso; na verdade, descobri mais uma maneira de não inventar a lâmpada elétrica”.
Tomas Watson, o fundador da IBM, reagiu assim diante de um jovem dinâmico e assustado diretor que acabara de dar um prejuízo de quase dez milhões de dólares num projeto de risco: “O quê? Despedi-lo? Agora que acabei de investir dez milhões de dólares no seu treinamento?”
Todas essas pessoas com certeza se manifestavam assim: “Certo, aquilo não funcionou, mas... olhe só para isto!” Elas encaravam o insucesso não como sinal de derrota mas como prelúdio para o sucesso, um estágio ou um degrau a ser compreendido e depois usado de forma melhor. Assim, quando um de nós errar e não ocultando, que tal um pouco de apoio por parte daqueles que ainda não foram apanhados? Opa, correção! Que tal bastante apoio?

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