terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A pressa é inimiga da perfeição


‘O tempo não pára’, diz Cazuza em uma poesia musicada que se transformou em uma espécie de hino à urgência de viver. A mensagem era: vamos fazer tudo o que for possível, mesmo que isso sirva apenas para constatarmos que o futuro repete o passado, em uma dança conhecida e cada vez mais frenética.

Pense bem: não é o que fazemos todos? Eu, você, nossos amigos, vizinhos, colegas? Vivemos no mundo da velocidade, que é a face mais evidente da sociedade atual. Parece que o tempo sempre está escorrendo entre os dedos. Chegamos a pensar que o ideal seria que nos atencipássemos ao tempo, sendo mais velozes que ele, como fez o deus grego Zeus, que se tornou o mais poderoso após destronar seu pai, Chronos, o deus do tempo.

A velocidade é, então, o novo paradigma, o padrão de comportamento adotado por quem deseja ter sucesso, estar integrado, fazer parte do sistema, ser aceito na sociedade, concorrer no mercado. Errado, tudo isso?

Eu não teria coragem de afirmar que sim, pois os períodos da história têm suas marcas peculiares, mas... por favor, um pouco de calma, respire fundo: nada melhor do que um pouco de lucidez para não ser simplesmente sugado pelo sistema. Que tal entender bem o que se passa antes de entrar nesse jogo e simplesmente ser consumido, velozmente, sem mesmo se dar conta de que podemos agir no mundo de maneira diferente?


Ninguém precisa ser mero protagonista desse tempo louco, a não ser que queira por opção. Então vejamos: para começo de conversa, ser veloz não é a mesma coisa que ter pressa, fazer as coisas rapidamente não é o mesmo que terminar no menor tempo e sair na frente não garante chegar primeiro. Há certa dose de relatividade nessa história toda.. Afinal, quem faz as coisas correndo erra mais e gasta o tempo ganho corrigindo o que fez. 

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